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Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES

Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) é uma instituição educacional brasileira dedicada à educação de pessoas surdas. Fundado em 26 de setembro de 1857, no Rio de Janeiro, por iniciativa do educador francês chamado Ernest Huet, que foi contratado pelo Imperador Dom Pedro II para fundar uma escola para surdos no país, após ter sido fundado o Instituto dos Meninos Cegos, em 1854. Ele trouxe consigo a expertise adquirida na França, onde recebeu uma educação especializada na Escola Nacional de Surdos de Paris.[1] É considerado a primeira escola para surdos na América Latina e uma das mais antigas do mundo.

O INES oferece uma educação bilíngue, baseada na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e na Língua Portuguesa, visando o pleno desenvolvimento linguístico e acadêmico dos estudantes surdos. A escola atende educação infantil, ensino fundamental, médio e cursos técnicos, além de cursos de graduação e pós-graduação na área da educação de surdos e da LIBRAS. A instituição conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais qualificados, incluindo professores surdos, intérpretes de Libras, psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros, para atender às necessidades específicas dos estudantes surdos.

O instituto disponibiliza gratuitamente o Curso de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), dividido em cinco módulos, a cada semestre, para toda a comunidade. Esse curso é especialmente voltado para familiares de crianças surdas, professores em formação ou atuantes na rede pública e profissionais de empresas públicas e privadas.

Além disso, o instituto busca qualificar e encaminhar pessoas surdas para o mercado de trabalho, valorizando suas habilidades e promovendo o exercício da cidadania. São oferecidos cursos de qualificação profissional, além de fornecer assessoria técnica às empresas que as contratam. Esses cursos estão disponíveis tanto para os alunos do Colégio de Aplicação quanto para pessoas surdas da comunidade em geral.[1]

História

Inicialmente, a instituição foi chamada de Imperial Instituto de Surdos-Mudos do Rio de Janeiro e tinha como objetivo principal proporcionar educação e cuidados aos surdos brasileiros. A primeira turma era composta por apenas sete alunos, mas ao longo dos anos, a escola cresceu e se tornou uma referência em educação de surdos.[2]

Com o passar do tempo, a escola passou por diversas transformações. Em 1911, foi renomeada para Instituto Nacional de Surdos-Mudos e, em 1991, recebeu sua denominação atual, Instituto Nacional de Educação de Surdos, refletindo uma mudança de perspectiva pedagógica que enfatizava a educação bilíngue para surdos, utilizando a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a Língua Portuguesa.

Atualmente, o INES continua sendo uma referência na área da educação de surdos no Brasil, promovendo a inclusão, a valorização da cultura surda e o desenvolvimento pleno dos estudantes surdos. Sua história é marcada por lutas e conquistas na busca por uma sociedade mais inclusiva e igualitária para todos, independentemente de suas habilidades auditivas.

Na década de 1960, nos Estados Unidos da América, com apoio de pesquisas realizadas na área da linguística, foi conferido posição de língua à comunicação gestual entre surdos. No Brasil, já no final dos anos 1980, os surdos lideraram o movimento de oficialização da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.[1]

Em 1993, um projeto de Lei deu início a uma longa batalha de legalização e regulamentação em âmbito federal, culminando com a criação da Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais, seguida pelo Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que a regulamenta.[1]

Em 2011, o INES passou a realizar o Programa Nacional para Certificação de Proficiência em Libras e para Certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação de Libras/Língua Portuguesa (PROLIBRAS), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).[1]

Em abril de 2013, o INES lançou, em parceria com a Associação de Comunicação Educativa Roquette-Pinto (Acerp), a primeira webTV em Língua Brasileira de Sinais (Libras), com legendas e locução em Língua Portuguesa, a fim de integrar públicos. Com equipe composta de profissionais de televisão surdos, ouvintes, tradutores intérpretes e profissionais do INES, na web 24 horas por dia (em streaming e vídeo on demand) e em aplicativos móveis, a TV INES passou a oferecer uma grade de programação eclética com foco na comunicação educativa.[1]

Único em âmbito federal, o INES ocupa importante centralidade, promovendo fóruns, publicações, seminários, pesquisas e assessorias em todo o território nacional. Possui uma vasta produção de material pedagógico, fonoaudiológico e de vídeos em língua de sinais, distribuídos para os sistemas de ensino.[1]

Referência nacional e internacional

Ao longo de sua história, o INES tem sido uma referência na área da educação de surdos no Brasil e no mundo. Sua atuação tem influenciado a construção de políticas públicas voltadas para a educação inclusiva, a valorização da LIBRAS como língua oficial da comunidade surda e a formação de profissionais capacitados para trabalhar com pessoas surdas.

O INES desempenha um papel fundamental na luta pela inclusão e igualdade de oportunidades para os surdos, contribuindo para uma sociedade mais justa, diversa e respeitosa com as diferenças linguísticas e culturais. Sua história e atuação são marcos importantes no avanço da educação de surdos no Brasil e na construção de uma sociedade mais inclusiva e acessível para todos.

fonte: INES

Universidade Gallaudet

Universidade Gallaudet (em inglês: Gallaudet University) é a única universidade do mundo cujos programas são desenvolvidos para pessoas surdas. Está localizada em Washington, D.C., a capital dos Estados Unidos. É uma instituição privada, que conta com o apoio direto do Congresso desse país. A primeira língua oficial de Gallaudet é a American Sign Language (ASL), a língua de sinais dos Estados Unidos (o inglês é a segunda). Nessa língua se comunicam entre si empregados, estudantes e professores, e se ditam a maioria dos cursos. Ainda que se conceda prioridade aos estudantes surdos, a universidade admite, também, um pequeno número de pessoas ouvintes a cada semestre. A estas se exige o domínio da ASL como requisito para permanecer na instituição.

O local foi designado, em 15 de outubro de 1966, um edifício do Registro Nacional de Lugares Históricos[1][2] bem como, em 21 de dezembro de 1965, um Marco Histórico Nacional.[5][6] Em 10 de setembro de 1974, as fronteiras do registro foram incrementadas.[3][4]

Origem da instituição

O campus principal da universidade, localizado próximo ao centro administrativo da cidade, foi doado em 1856 por Amos Kendall, um político rico que queria fundar ali um internato para crianças surdas e cegas. A instituição, que foi inaugurada em 1857, foi chamada Columbia Institution for the Instruction of the Deaf and Dumb and Blind. Para dirigí-la foi escolhido Edward Miner Gallaudet, o filho mais novo de Thomas Hopkins Gallaudet, quem havia fundado e coordenado por muitos anos a primeira escola para surdos dos Estados Unidos.

Sete anos mais tarde, em 1864, o Congresso do país autorizou a escola a conferir títulos universitários. A matrícula de estudantes nesse programa era, então, de oito pessoas. Em 1954, outra decisão do Congresso mudou o nome da instituição para Gallaudet College, para honrar a memória do fundador da educação para surdos nesse país, Thomas Hopkins gallaudet. Em 1986, foi reconhecido o processo acadêmico alcançado pela instituição ao declará-la Gallaudet University. A matrícula atual da universidade gira em torno de 2000 estudantes (dos quais cerca de 25% cursam programas de pós-graduação).

A Universidade Gallaudet oferece, hoje, educação para surdos em todos os níveis (desde a escola primária até o doutorado). Há cerca de 40 carreiras distintas, em praticamente todas as áres de conhecimento. Em alguns campos de investigação, tais como lingüística e ensino das línguas dos sinais, esta universidade tem uma reconhecida liderança mundial.

O acesso em Gallaudet por parte das pessoas surdas

A instituição que hoje conhecemos como Universidade Gallaudet esteve regida, desde sua origem, por pessoas ouvintes. Somente em 1988 tiveram os surdos oportunidade de ver eleito um deles à reitoria da instituição. Foi o resultado de uma vistosa série de protestos nas ruas de toda a comunidade universitária, conhecidos como Deaf President Now (Reitor surdo já!). Como resultado desse movimento foi eleita uma pessoa surda para o cargo de reitor (Dr. I. King Jordan), e se iniciou um processo de reforma administrativa para que ao menos 51% dos cargos de direção da universidade fossem ocupados por surdos.

Pouco depois do sucesso dos protestos, a Universidade Gallaudet organizou um congresso mundial sobre os surdos, chamado Deaf Away (o estilo surdo), que congregou milhares de pessoas surdas do mundo inteiro, e que simbolizava o início de uma consciência acerca da existência das línguas de sinais e da cultura surda, e do chamado destas à se organizarem para reclamar os direitos essenciais. No ano de 2002 foi celebrado ali mesmo o segundo Deaf Away, que reuniu mais de 10 000 participantes de 120 países distintos.

A Universidade Gallaudet é, para os surdos de todo o mundo, um símbolo na luta para que suas línguas e culturas sejam reconhecidas [carece de fontes].

fonte: Universidade Gallaudet

Universidade Federal de Santa Catarina

No 2005, primeiro curso Letras Libras na Universidade do Brasil

Em paralelo a isso, Ronice começou a discutir com a própria UFSC, possibilidades de estabelecer a formação de professores de Libras. Foram realizadas reuniões com a presença de representantes da FENEIS, na época, Marcelo Pizzio e Fábio Silva, e a colaboração do Prof. Vilmar Silva, do Instituto Federal de Santa Catarina. A partir destes encontros com a equipe de educação a distância da UFSC, começamos a lapidar uma proposta. Foram consultados vários currículos de formação de professores de língua de sinais do mundo inteiro, entre eles, o da Universidade Gallaudet, nos Estados Unidos, da Suécia e da Espanha. Chegam a conclusão que a formação precisava ser em nível de graduação para formar os instrutores de Libras em professores de Libras. Foi elaborado o processo de graduação em Letras Libras, que inicialmente foi chamado Letras Libras Língua Portuguesa, propondo-se uma graduação bilíngue. O processo foi avaliado pelo Centro de Comunicação e Expressão (CCE), que solicitou alguns ajustes, entre eles, a formação em Letras licenciatura única (ou seja, uma língua só), seguindo o padrão dos cursos de graduação em Letras da UFSC. Seguindo estas recomendações, fizemos os ajustes e aprovamos o Curso de Letras Libras, licenciatura única, em 2005 em todas as instâncias da universidade e pela primeira vez no país.

fonte: UFSC